Em uma decisão histórica, um tribunal federal ordenou que o fazendeiro brasileiro Dirceu Kruger pague mais de R$ 292 milhões em compensação por causar danos extensivos à floresta amazônica através de desmatamento ilegal. Este caso, movido pelo Ministério Público Federal em nome do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), é considerado o maior processo civil por crimes ambientais na história do Brasil.
Kruger foi responsabilizado por destruir 5.600 hectares de terras públicas nos municípios amazônicos de Boca do Acre e Lábrea. Para limpar a área para pastagem de gado, ele utilizou motosserras para eliminar a vegetação, ateou fogo e plantou capim. Imagens de satélite confirmaram a extensão dos danos, e o próprio Kruger admitiu suas ações em vídeo.
O impacto ambiental das ações de Kruger foi significativo. A queima da vegetação liberou gases de efeito estufa, enquanto a remoção das plantas interrompeu a absorção de dióxido de carbono. O Ministério Público argumentou que os danos causados liberaram aproximadamente 901.600 toneladas de carbono, com um custo estimado de R$ 324 por tonelada, totalizando os R$ 292 milhões.
Além da multa, o tribunal ordenou que Kruger restaure a área degradada para que possa novamente servir como um sumidouro de carbono. Seus bens foram congelados, e ele está proibido de receber financiamentos governamentais ou benefícios fiscais, bem como de vender gado e produtos agrícolas.
Este caso marca um marco na justiça climática do Brasil e ajudará o país a cumprir suas metas nacionais de emissão. A decisão ainda pode ser apelada, e vários casos semelhantes estão em andamento no sistema judiciário brasileiro.